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Thamyres: “A história de uma paciente que marcou as nossas vidas assim como nós marcamos a dela”

12 de abril de 2019

Por Olenka Lasevitch

 

Nesta quarta-feira (10), profissionais de diversossetores assistenciais do Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL) se reuniram na primeira Sessão Clínica do anopara discutir o emblemático caso da paciente Thamyres, que mobilizou e comoveutoda a unidade. Além de exames, dietas e antibióticos, a equipe prescreveu HUMANIZAÇÃO. 

 

Os profissionais se reuniram no auditório da unidade paradiscutir o caso, que, segundo o coordenador doCTI, Dr. Felipe Ribeiro, “marcou as nossas vidas assim como nós marcamos adela”. Considerado um caso clínico muito difícil, com nuances como desmamerespiratório prolongado, fraqueza muscular generalizada e rebaixamento do nívelde consciência, a jovem puérpera (que deu à luz recentemente) veio transferidade outra unidade hospitalar para o CTI do Azevedo Lima, onde permaneceu porcerca de quatro meses.

 

Durantea apresentação de diversos profissionais que atuaram no atendimento à Thamyres,cerca de 60 médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos,fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, entre outros,receberam informações sobre rotinas, dados estatísticos, condutas,diagnósticos, relatos e até trabalhos científicos similares ao caso quemobilizou todo o Hospital.  Mais do queisso, receberam informações sobre uma jovem que, além de paciente, era uma mãelonge do filho recém-nascido, da família, dos amigos, com medo de morrer, comansiedade e insegurança para respirar sozinha. E também sobre a equipe de umhospital que, além de exames, dietas e antibióticos, prescreveu a promoção doencontro com o filho durante a internação hospitalar, uma fotografia do bebêsempre em local visível e diálogos a respeito da maternidade.

 “Sevocê quer ser um excelente profissional, escute a equipe multiprofissional. Masse você quer ser um profissional único, escute o seu técnico de enfermagem quefica à beira do leito, e conhece bem o paciente que cuida”, relata a enfermeirado CTI C, Priscila Nascimento.

 

Comorgulho, a equipe de enfermeiros relatou que em quatro meses de internação apaciente não desenvolveu qualquer úlcera de pressão (lesão de pele). Com oapoio das psicólogas, fisioterapeutas e assistentes sociais, o controle dasreações psicológicas foi aos poucos se estabelecendo, o medo de respirarsozinha foi  aos poucos se desfazendo,bem como o controle dos movimentos do pescoço e da cabeça e o ganho de forçamuscular foram se restabelecendo. A parceria com a família foi relevante portodo o tratamento. Durante a internação hospitalar, Thamyres completou 18 anos.Conquistou a maioridade e, com ela, a autonomia para voltar a respirar sozinha,falar, cantar e se preparar para a volta à casa. No dia do aniversário, ganhouuma festa no hospital, com a presença da equipe, da família, dos amigos e dofilho bebê que a visitou algumas vezes.

 

Aofim da sessão clínica, uma surpresa para os presentes: Thamyres, que já está dealta, chegou ao auditório em sua cadeira de rodas, ao lado de familiares e, coma voz ainda quase sussurrante, deu seu depoimento para uma equipe que, comoela, assistiu com os olhos cheios de lágrimas: “Entrei aqui praticamente mortae vocês me devolveram a vida. Sempre fui bem tratada por todos. Não queria tiraro respirador, tinha medo de morrer, mas aos poucos tirei e a vida ficou muitomelhor”. O diretor técnico, Dr. Rogério Casemiro, encerrou a sessão lembrandoque esse foi um desfecho positivo. “Mais do que exames e procedimentos, há umahistória de vida e queremos motivar as pessoas a nunca esquecer isso, pois é oque nos motiva a ser profissionais de saúde. A Thamyres hoje nos agradece, masnós temos muito mais a agradecer a ela”.

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