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No HRR, atendimento multiprofissional faz diferença na reabilitação de pacientes Covid

23 de junho de 2020

Por Mônica Bockor
Fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais também exercem papel importante na recuperação dos pacientes
Depois de 13 dias de intubação, dona Josefa Messias Santos Santana, de 56 anos, enfrentou ainda um longo caminho de recuperação até receber alta da UTI Covid do Hospital Regional de Registro (HRR). Além dos problemas causados pela própria doença, que acomete os pulmões e pode causar insuficiência respiratória, os dias de intubação e suporte ventilatório também trazem sérias consequências para o organismo. 
O paciente normalmente perde massa muscular e fica desorientado após longo período de sedação. No HRR, o trabalho conjunto da equipe multiprofissional tem feito a diferença na reabilitação hospitalar dos pacientes da UTI Covid. “Eu não teria conseguido superar a doença sem a ajuda de toda a equipe do Hospital. A ajuda de todos foi fundamental. Eles me incentivavam a andar, a comer, a fazer exercícios”, relatou dona Josefa, que recebeu alta no dia 15/05. “Eu fiquei 34 dias internada na UTI. Foi um período muito difícil, longe da família, mas recebi tanto carinho e atenção. Tive muita sorte porque Deus me enviou para um lugar especial, com pessoas especiais que cuidaram de mim o tempo todo. Profissionais que não têm medo de arriscar a própria vida para cuidar dos outros”, disse, emocionada.
Além da equipe médica e de enfermagem, os pacientes recebem o cuidado de fisioterapeutas, nutricionistas, terapeuta ocupacional e psicóloga – profissionais que atuam especialmente na reabilitação. “Quando o paciente é extubado, precisamos fazer o desmame da nutrição enteral e a reintrodução alimentar. Nesse processo, avaliamos a aceitação, o aporte calórico e proteico e também as preferências do paciente. Nem sempre é fácil, a maioria tem náuseas e fica sem apetite quando sai da intubação”, explica a nutricionista Kátia Maria Militão.
Incentivar o engajamento do paciente aos tratamentos faz parte do trabalho da psicóloga Juliana Villanova. “Após a sedação, a pessoa acorda desorientada, sem ânimo. Trabalhamos a autoperceção, a reorganização psíquica e a orientação de espaço e tempo. Além disso, o distanciamento da família e a própria condição da doença trazem muita ansiedade”. Juliana trabalha em conjunto com a terapeuta ocupacional Bárbara Rodrigues, que realiza exercícios voltados a promover a autonomia e a independência do paciente.  
Os fisioterapeutas também exercem um papel significativo na recuperação dos pacientes com coronavírus desde o momento da intubação. “Os pacientes que desenvolvem a forma grave da Covid-19 causada pelo Sars-Cov2 tem importante acometimento respiratório e em sua competências de mobilidade, com grande impacto nas atividades funcionais. O fisioterapeuta atua no manuseio e ajustes da ventilação mecânica de forma inter e multidisciplinar, sempre objetivando a redução da permanência e manutenção de elevados resultados funcionais”, explica Michele Rodrigues, fisioterapeuta diarista do HRR. “A reabilitação se torna ferramenta da desospitalização, onde o foco principal visa reinserir o indivíduo na sociedade”.
A comerciante Ruth Domingues, de 39 anos, diz que sua rápida recuperação se deve muito ao atendimento recebido. “Não tenho palavras para agradecer a todos pelo cuidado que tiveram comigo. Foi ótimo. No quarto dia depois da alta eu já voltei a trabalhar”, relata. Ruth permaneceu 12 dias internada no HRR, oito deles intubada. Ela recebeu alta no dia 10 de  junho. 
Dona Josefa durante fisioterapia
Ruth permaneceu 12 dias internada no HRR

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