Paciente do HRR passa pela primeira angioplastia de carótidas do Vale do Ribeira

12 de abril de 2019
Hospital Regional de Registro protagonizou mais um sucesso em neurocirurgia
Por Mônica Bockor
Em fevereiro, foi a primeira vídeo-endoscopia cerebral da região para curar uma paciente que sofria de hidrocefalia. Nesta segunda-feira, 8 de abril, o Hospital Regional de Registro realizou mais um procedimento inédito na medicina do Vale do Ribeira: a angioplastia de carótidas.
Morador de Registro, o paciente Jorge Tadashi Daikubara, de 77 anos, foi encaminhado para o HRR com ataques repetidos de desequilíbrio e perda da força muscular do lado direito do corpo, além de dificuldades na linguagem (especialmente a fala). Após passar por uma série de exames, ele fez uma angiografia cerebral no dia 1º/04, para verificar os vasos sanguíneos do cérebro. Com a injeção de um produto de contraste, a técnica utiliza um fino catéter inserido em uma artéria na virilha para chegar até os vasos cerebrais que precisam ser avaliados.
Neurocirurgião responsável pelo atendimento, Dr. Daniel França explica que foi identificado um vaso criticamente estenosado (estreitado) – a artéria carótida interna esquerda, o que causava os Ataques Isquêmicos Transitórios de repetição e causaria, em pouco tempo, um extenso e definitivo Acidente Vascular Cerebral. Diante disso, o paciente foi submetido à angioplastia de carótida. Jorge Daikubara recebeu anestesia local e sedação leve durante o procedimento, que durou cerca de uma hora.
Durante toda a operação, o cirurgião tem acesso às imagens das artérias e o paciente é monitorizado cardíaca e neurologicamente (porque é facilmente acordado ao comando do cirurgião). A angioplastia é realizada por meio de uma punção na pele com o uso de cateteres e próteses endovasculares (stents) introduzidos através da virilha. “Nosso paciente tinha um grande estreitamento na carótida. A colocação do stent para expandir o trecho obstruído, seguida da angioplastia (dilatação da área estenosada com um balão) permitiu que a artéria tratada voltasse ao seu tamanho e funcionamento regular, possibilitando que o cérebro receba melhor irrigação sanguínea e volte a trabalhar normalmente”, explica Dr. Daniel, que também realizou a cirurgia.
A doença de carótidas é uma causa importante de acidente vascular cerebral isquêmico (“derrame” por fechamento de um ou mais vasos nutridores do cérebro) e de ataque isquêmico transitório ou AIT (situação em que a oclusão do vaso cerebral é transitória ou não definitiva e há reversão espontânea completa do quadro neurológico em 12 a 24 horas).
Após a cirurgia, Jorge Daikubara permaneceu monitorado na UTI e no dia seguinte já foi para a enfermaria, satisfeito por ter recuperado o equilíbro e a coordenação motora, além de ter melhorado a visão. “Não tenho do que reclamar, o atendimento no Hospital Regional de Registro é muito bom, toda a equipe está de parabéns”, afirmou o paciente.
Compartilhar