Criança picada por escorpião tem melhora surpreendente no HDT
3 de abril de 2019
Conheça a história domenino Pedro, que chegou ao HDT desacreditado após uma picada de escorpião.
Menino de 7 anos deu entrada no hospital comcomprometimento no pulmão e coração. Após12 dias de intensos cuidados multiprofissionais, Pedro teve melhorasurpreendente.
Depois dedoze dias de aflição e angústia, o alívio. No dia 10 de fevereiro, AllohannySantos chegou ao Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) como filho Pedro Miguel Silva, de sete anos, em estado gravíssimo. O menino tinhasido picado duas vezes por um escorpião enquanto a mãe o segurava no colo. “Eledisse ‘picou’ e depois ‘picou de novo’. Quando tirei a blusa dele para olhar oque era, o escorpião estava lá”, conta a mãe da criança. Em meio ao desespero eciente da gravidade da ferida – já que o irmão de Allohanny havia sido vítimado mesmo animal peçonhento há 11 anos -, Allohanny logo procurou por ajuda.Ainda assim, entre a picada e o uso do soro antiescorpiônico se passaram duashoras. Até chegarem ao HDT, mais uma hora se passou.
Pedro deu entrada na Unidade com edema agudono pulmão, bloqueio grave no coração e, segundo a mãe, já “desfalecido”. Foi entubado e internado em um leito da Unidade de Terapia Intensiva dePediatria. Com tantos comprometimentos à saúde do filho, Allohanny se rendeu aodesespero. “Foi um momento de muito medo e incerteza, mas os médicos meacalmaram e foram muito atenciosos. O acompanhamento com a equipe de Psicologia e Serviço Social também meajudou demais, porque quando eu não entendia o quadro de saúde dele, eles meexplicavam de uma forma simples”, relata.
Depois denove dias internado na UTI, diversos ecocardiogramas e exames de sangue,avaliações com infectologistas e cardiologistas, duas tentativas frustradas deretirada do aparelho de respiração mecânica e cuidado intensivo da equipemultidisciplinar, no dia 19 de fevereiro, Pedro apresentou uma melhorasurpreendente e foi levado para a Enfermaria do Hospital. Nesse momento ele járespirava espontaneamente. O único motivo para permanecer no Hospital era estarainda usando uma sonda para se alimentar.
“Sãovários os fatores que podem determinar a gravidade de uma picada de escorpião. Dentreeles, a espécie e o tamanho do animal, a quantidade de picadas, massa corporal davítima, quantidade de veneno e sensibilidade do paciente a este veneno. No casode Pedro Miguel, não sabemos ao certo o motivo do quadro ter evoluído tanto. Eleteve graves complicações cardiológicas que conseguimos reverter. Demos alta praele em bom estado de saúde”, conta a médica especialista em UTI Pediátrica ecoordenadora da ala do HDT, Liana de Medeiros.
SegundoLiana, é recompensadora a sensação de dar alta para um paciente que chegou emestado tão grave e desacreditado. “Nós ficamos extremamente felizes e satisfeitos.Percebemos que o trabalho em equipe está sendo eficaz e está salvando vidas,como é a premissa do Hospital. Casos como o do Pedro Miguel nos fazem ver quenosso trabalho vale a pena”, destaca a médica. Para a mãe de Pedro, osentimento que fica é de gratidão. “Sei que Deus fez um milagre, mas foi pelasmãos dos médicos do HDT. Serei sempre muito grata a todos que salvaram meufilho”, desabafa Allohanny. Ela levou o filho para casa com uma única indicação:continuar fazendo inalação de oxigênio. “Mas depois que ele saiu, nunca maisteve falta de ar. Ele está excelente”, conta, feliz.
Em visita ao hospital após a alta, Pedro Miguel, recebeu um ovo de Páscoa das mãos da diretora técnica da unidade, Marina Roriz.
Em 2018, mais de 140 mil brasileirosforam picados por escorpiões, segundo dados do Ministério da Saúde (MS). No mesmo ano,o HDT – unidade referência no atendimento a picadas por animais peçonhentos – registrou303 atendimentos a pacientes picados pelo animal. O número é considerado altose comparado ao ano anterior, quando foram contabilizados 207 atendimentos,de acordo com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital.
Escorpião – Atraídos pelo clima quente e úmido esempre em busca de abrigo em entulhos e esgotos para se abrigarem da luz, osescorpiões são mais ofensivos a crianças e idosos, podendo ser fatal. Por isso,a orientação dos especialistas é que procurem rapidamente por atendimento emuma unidade de saúde. “Pode colocar gelo no local para aliviar a dor e irimediatamente para a unidade de saúde. Lá, o ferido será avaliado para ver anecessidade de aplicar o soro específico ou não. A avaliação médica nessescasos é de extrema importância e a agilidade do atendimento é fundamental naeficácia do tratamento”, afirma a infectologista do HDT, Christiane Kobal.
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