Cuidar e Salvar Vidas: HDT realiza sua segunda captação de órgãos para transplantes
24 de agosto de 2023
Procedimento realizado na unidade gera nova chance para dois pacientes que estão na fila para o transplante
Os familiares de uma mulher de 66 anos que estava internada no Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade do Governo de Goiás, gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), devido a um acidente ofídico, autorizaram a doação dos rins. Dois pacientes que aguardam transplante serão beneficiados e terão uma nova chance de cura.
A doadora chegou a ficar internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido a mordedura da serpente, mas teve um agravamento do quadro. Assim, o protocolo de morte encefálica foi aberto. Após a constatação, foi realizado o acolhimento da família que aceitou a doação.
Marco
Todo o processo contou com o apoio da equipe de médicos e profissionais da Central Estadual de Transplantes (CET), da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e da OPO (Organização de Procura de Órgãos) do HUGO. “Esse é um marco histórico para a unidade. É a segunda captação de órgão no HDT”, pontua o diretor-executivo do HDT, Antonio Jorge. A primeira foi de uma córnea, em 2017.
Segundo a gerente de transplantes da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), Katiuscia Christiane Freitas, as unidades de saúde estão preparadas para acolher as famílias. “A doação de órgãos é um gesto grandioso de solidariedade que vai transformar a vida de pessoas que estão na fila de transplantes. É necessário uma luta continua para conseguir o consentimento familiar. E cada sim temos é uma vitória. Há uma mobilização de vários profissionais de saúde para fazer acontecer”, esclarece.
A coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HDT, Magda Cristina Tolentino Chaves, ressalta a importância da autorização dos familiares para que a doação aconteça. “A doação não ajuda apenas o paciente que recebe o órgão, mas toda sua família. Não são só dois pacientes beneficiados, são duas famílias, pois atrás de cada paciente tem um pai, uma mãe, um filho, então a doação muda a vida de várias pessoas. E sem o sim da família, nada disso é possível”, destacou.
Uma longa espera
Hoje, o Brasil tem 65.912 pessoas aguardando na fila de espera por um transplante de órgãos. E esse número cresce a cada dia e é um dos maiores dos últimos 25 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, são 30.540 mulheres e 35.372 homens. Neste cenário, pacientes esperando por um rim são a maioria. São 36.964 pessoas aguardando. Em segundo lugar, vem a espera por doação de córneas. Vale ressaltar que um único doador pode beneficiar até oito pessoas com o transplante de órgãos e tecidos.
Dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) mostram que no ano passado o Brasil realizou mais de 22 mil transplantes. Já em 2021, foram mais 23,5 mil procedimentos. Dentre esses números, cerca de 5 mil foram transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão, entre outros.
Como funciona a fila de espera
Em Goiás, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgão e Tecidos de Goiás (CNCDO – GO) é formada por uma equipe multiprofissional da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, subordinada ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde (MS), que coordena e fiscaliza todas as ações de transplantes no Estado. Cabe a ela o gerenciamento dos pacientes inscritos por seus médicos à espera de um órgão ou tecido, acompanhamento de potenciais doadores, armazenamento dos dados de todos os doadores e receptores e distribuição dos órgãos/tecidos para os respectivos transplantes, respeitando-se a Lei n° 9434/2006 e Portaria n° 2600/2009.
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