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Área com vista para o mar ajuda no tratamento de pacientes com COVID-19 no Hospital Regional de Caraguá

5 de maio de 2020

Por Thaís Almeida

O isolamento social, o uso de medicações e a preocupação coma luta diária pela vida são fatores que mexem com os pacientes com suspeita ouconfirmação do novo coronavírus, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Paraajudar no tratamento da Covid-19, doença que ficou conhecida mundialmente tãorecentemente, as equipes do Hospital Regional do Litoral Norte (HRLN), gerenciadaspelo Instituto Sócrates Guanaes em Caraguatatuba, estão utilizando um espaçoespecial com vista para o mar e para toda a cidade. Trata-se de uma área abertadentro da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), na qual os pacientes podem sentiro vento no rosto, ver o mar, perceber se é dia ou noite – e assim ativarsentidos e emoções capazes de promover avanços na luta contra o vírus.

“Todo paciente que fica internado em um ambiente de UTIpassa por um período muito crítico, em que suas funções cognitivas em certograu ficam comprometidas, predispondo a uma condição que a gente chama de ‘delirium’.  O ‘delirium’é um marcador de lesão neurológica, e isso tem impacto – por exemplo, umpaciente que teve ‘delirium’ temchances de ter um desfecho pior do que aquele que não teve. E as melhoresintervenções para prevenir ou tratar ‘delirium’são medidas não farmacológicas, medidas ambientais. Elas incluem diversosprocedimentos, entre eles essa localização e situação do paciente em umambiente mais agradável. Organizar o cognitivo para que ele possa perceber diae noite, vendo a luz do sol, é um fator importante”, explicou o médico Dr. NicolasMiranda Carvalho, que atua na UTI do HRLN.

Equipes do HRLN, responsáveis por acompanhar os pacientes naárea externa, também estão se emocionando com as suas reações. “Tivemos umapaciente que ficou mais de 10 dias internada na UTI, sem ver o sol. Quandotrouxemos ela nesse nosso espaço, ela só conseguia falar: ‘que bonito, que bomver isso tudo’”, lembrou Sandra Marcondes, Enfermeira Coordenadora da UTI doHospital. 

É importante salientar que para ter acesso à área aberta daUTI do HRLN, o paciente precisa estar em condições e ser liberado pelo médicoresponsável, além disso profissionais do Hospital o acompanham durante todoesse tempo de alívio emocional, oferecendo o suporte necessário.

“A área externa é um ambiente agradável que traztranquilidade para o paciente, um momento de esperança para ele. Esse lugar édentro da área contaminada da UTI, então tomamos todas as medidas de prevençãopara o COVID-19 – usamos material de segurança para o paciente e para oscolaboradores. Esse momento acontece assim que o paciente tem condições de iraté essa área, e que a gente tenha condições seguras de transportá-lo até lá –com todos os cuidados necessários –, inclusive alguns pacientes que fazem usode ventilação mecânica, mas estão mais estáveis. O objetivo é minimizar ascondições de ‘delirium’, proporcionarmelhora clínica, além da questão da humanização. O paciente ganha esperança, evê que é possível sair dessa situação”, concluiu o Dr. Nicolas.

Atualmente, 5 pacientes comsuspeita ou confirmação de COVID-19 estão na UTI do HRLN e 3 estão naenfermaria. No total, 14 pacientes passaram pelo Hospital, inaugurado em março,neste primeiro momento exclusivamente para o atendimento a pacientes comsuspeita ou confirmação de contaminação pelo Novo Coronavírus.

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