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Surto de gripe: Pneumologista do HRLN alerta sobre o tema e reforça medidas preventivas

15 de dezembro de 2021

Por Thaís Almeida

Diversas cidades do Brasil estão registrando um aumento expressivo do número de atendimentos relacionados à gripe – uma infecção aguda do sistema respiratório provocada pelo vírus Influenza.

Segundo a pneumologista do Hospital Regional do Litoral Norte, Dra. Joyce Valadão Borges, a incidência de infecção pelo vírus Influenza diminuiu em 2020 com a instalação de medidas de prevenção da Covid-19 (como evitar aglomerações, uso de máscara e higiene das mãos), porém com o afrouxamento dessas práticas neste ano houve também o ressurgimento de infecções causadas por outros vírus. “Desde o início de novembro observamos no país o crescimento do número de casos de gripe causados por um subtipo do vírus Influenza, o H3N2. Desde então, diversos centros urbanos estão enfrentando o aumento vertiginoso de casos de infecção respiratória causada por esse vírus”. Para entender melhor sobre este tema, confira abaixo a entrevista completa com a especialista:

– Em pleno verão, é comum ocorrer esses surtos?

Dra. Joyce: Tipicamente, os surtos e as epidemias de gripe costumam acontecer entre o outono e inverno (entre abril e julho). Isso acontece porque no frio as pessoas tendem a ficar mais próximas e em locais fechados, facilitando a transmissão viral. A situação atual, em que o surto se iniciou durante o verão, é inesperada. Algumas teorias podem explicar esse fenômeno: dados epidemiológicos indicam que esse vírus veio da Europa e/ou Estados Unidos (por meio de viajantes), que enfrentam atualmente o inverno e que estão também evidenciando surtos pelo mesmo vírus. Os outros motivos são relacionados a falta de medidas preventivas básicas e baixa adesão à vacinação contra a gripe em 2021.

– A gripe pode facilitar o contágio pela Covid-19? Há alguma relação entre as duas doenças?

Dra. Joyce: Tanto a gripe quanto o Covid-19 são causadas por vírus e podem causar lesões no trato respiratório. Ambas as infecções podem causar febre, dores musculares, dores de cabeça, tosse, congestão nasal e falta de ar. Por isso, no cenário atual, o grande problema é diferenciar a infecção por Influenza da infeção por Covid-19.

– Quais medidas de prevenção devemos tomar contra esse novo surto de gripe?

Dra. Joyce: As medidas adotadas durante a pandemia são também eficazes contra a transmissão da gripe: higienização das mãos, evitar ambientes com aglomerações e o uso de máscara – ações simples e muito eficazes. Outra medida essencial é a vacinação anual contra a Influenza.

– Já sabemos quais danos à saúde essa gripe pode gerar?

Dra. Joyce: O vírus da Influenza pode causar sintomas leves, como febre, dores no corpo e articulações, inflamação na garganta e tosse. Também pode ocorrer vômitos e diarreia. Em geral, esses sintomas são autolimitados, com resolução do quadro em 3 a 5 dias. Em alguns casos, esses sintomas podem se intensificar e aparecer dificuldades para respirar e queda da oxigenação, indicando comprometimento pulmonar pelo vírus. Nesses casos, a avaliação médica é essencial.

– Idosos e crianças estão mais suscetíveis a essa gripe? Eles devem tomar algum cuidado especial?

Dra. Joyce: Idosos, crianças e portadores de doenças crônicas, como doenças cardíacas e pulmonares são mais susceptíveis à infecção pelo Influenza e ao desenvolvimento de formas graves. Por isso, a vacinação anual contra a gripe se faz essencial para esses grupos, além da manutenção das medidas de prevenção já citados anteriormente.

– Essa gripe pode levar à pneumonia?

Dra. Joyce: Pneumonia é uma infecção causada por um micro-organismo (bactérias ou vírus, por exemplo) que levam a lesão do tecido pulmonar, com comprometimento das trocas gasosas, podendo causar falta de ar e queda na oxigenação. Quando essa infecção é causada por um vírus, chamamos de Pneumonia viral. Portanto, o vírus da Influenza pode causar pneumonia.

– Qual a importância da vacina contra a gripe? Todos devem tomar?

Dra. Joyce: O SUS oferece anualmente a vacina contra as variações mais comuns dos vírus Influenza (H1N1, H3N2 e Influenza B). Trata-se de vacina inativada e, portanto, não tem como causar a doença. Idealmente, todas as pessoas acima de 6 meses de vida possuem indicação de vacinação anual. Em 2021, a Campanha Nacional de Vacinação teve com público-alvo crianças menores de 6 anos, idosos, gestantes/puérperas e portadores de comorbidades. Porém, de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 78% do público-alvo tinha sido vacinado até setembro. 

Aprendeu mais sobre a gripe? Então, coloque em prática as dicas de prevenção indicadas pela especialista Dra. Joyce Valadão!

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