Dia Nacional de Combate ao Fumo reforça os riscos do tabagismo e os benefícios de abandonar o vícioAME São José dos Campos

Instituído pela Lei nº 7.488/1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, tem como principal objetivo alertar a população sobre os malefícios do tabaco à saúde, além de destacar os impactos sociais, econômicos e ambientais causados pelo tabagismo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência da nicotina, presente em produtos como cigarros, charutos, narguilé, cigarro de palha, fumo de rolo e até cigarros eletrônicos. A substância atinge o cérebro em segundos, provocando uma falsa sensação de prazer, que leva ao uso compulsivo. De acordo com o pneumologista do AME, Dr. José Vinícius Anacleto, não há nenhum tipo de cigarro que seja “seguro” para a saúde. “O cigarro eletrônico pode, inclusive, ser tão ou mais prejudicial que os cigarros convencionais devido ao óleo que é colocado e aquecido junto com os componentes metálicos do aparelho. Ele tem causado casos de insuficiência respiratória aguda e fibrose pulmonar”, explica.

Da hipertensão ao Alzheimer

O tabagismo é responsável por doenças graves como hipertensão, infarto, derrame, bronquite crônica, enfisema pulmonar e diversos tipos de câncer – incluindo pulmão, faringe, boca, estômago e bexiga. Também enfraquece o sistema imunológico e afeta a estética, causando envelhecimento precoce da pele e amarelamento dos dentes. O dr. José Vinícius reforça que os malefícios causados pelo tabagismo vão além dos pulmões. Segundo ele, podem causar também danos cerebrais, levar ao AVC e até acelerar o Alzheimer.

Estudos da Fiocruz revelam que a fumaça do cigarro contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas, entre elas nicotina, alcatrão, amônia, benzeno, metais pesados como chumbo e cádmio, e até substâncias radioativas, como o polônio 210. Muitas dessas substâncias são comprovadamente cancerígenas.

Danos ao Meio-Ambiente

Além dos danos à saúde, o tabagismo é um grave problema ambiental. A Poluição Tabagística Ambiental (PTA) afeta fumantes passivos, aumentando os riscos de câncer de pulmão e outras doenças respiratórias. O descarte de bitucas de cigarro é outro agravante: apenas na cidade de São Paulo, são descartadas cerca de 14 milhões de bitucas por dia, poluindo o solo e a água, além de representar risco de incêndios.

Basta ao vício!

Apesar de não ser fácil, parar de fumar é possível com orientação correta e   traz benefícios imediatos e duradouros: melhora da função pulmonar, normalização da pressão arterial, aumento da imunidade, melhora no paladar e na aparência da pele, além de mais disposição física e qualidade de vida. De acordo com o pneumologista, a nicotina é uma substância extremamente viciante e causa dependência, mas há saída para quem realmente quer se livrar do vício.

Ajuda profissional é o primeiro passo. Por meio de uma consulta médica cai ser traçado um tratamento específico para cada tipo de pessoa. Além disso, o médico dá algumas dicas que podem ajudar no processo: diminuir gradativamente o número de cigarros, praticar exercícios físicos, beber bastante água e “ocupar sempre a mente para não pensar em querer fumar”, finaliza.

Neste 29 de agosto, a mensagem é clara: combater o fumo é cuidar da saúde, do meio ambiente e da vida.