HRJR passa a realizar tratamento do Pé Torto Congênito

3 de novembro de 2022

Por Agenilson Santana

Importante procedimento com alta taxa de sucesso, o tratamento do Pé Torto Congênito é mais um dos novos serviços que passaram a fazer parte dos atendimentos no Hospital Regional Jorge Rossmann no segundo semestre de 2022.

Doença ortopédica que afeta cerca de 1 criança em cada 1.000 nascimentos, o pé torto é uma má formação caracterizada pela alteração nos ligamentos, músculos, tendões e ossos do pé, que se desenvolve e pode ser identificada ainda na gestação.

A condição provoca o nascimento de bebês com os pés encurvados para dentro e pouca mobilidade nas articulações das extremidades dos membros inferiores que, quando não tratada nos primeiros dias de vida, pode causar uma deformidade rígida e de difícil cuidado.

Para atender esta importante demanda da região, o tratamento realizado no HRJR segue o método Ponseti, protocolo mundialmente conhecido que consiste em manipulações e aplicação de gessos seriados, com uma intervenção cirúrgica mínima para correção.

Após a consulta com o médico especialista, é realizada a primeira fase do tratamento, com duração média de seis semanas, para troca de gesso semanal visando corrigir as deformidades. Em seguida, é realizada uma pequena cirurgia chamada tenotomia do tendão calcâneo, um corte do tendão atrás do pé.

A segunda fase é a manutenção, na qual as crianças passam a utilizar botas ortopédicas continuamente por 23 horas ao dia durante três meses e depois por 14 horas até os três ou quatro anos de idade. Nesta fase, é fundamental a perseverança da família para evitar o reaparecimento do problema.

Para o médico ortopedista Dr. Rafael Batalha é importante começar o tratamento logo após o nascimento para ampliar as chances de correção e para não atrapalhar o desenvolvimento da criança. “O maior desafio é a fase de manutenção. O método Ponseti tem 90 por cento de sucesso, os outros 10 por cento são pacientes que desenvolvem alguma alergia ao gesso, alguma doença vascular que impede o uso da órtese ou aqueles que não utilizam a órtese”, explica.

Primeira bebê a realizar a cirurgia na unidade, Eloá Louise Monteiro Silva, de apenas cinco meses, está na fase das trocas periódicas do gesso e acompanhamento do especialista na unidade. Para a mãe, Angélica Monteiro dos Santos, a recuperação foi maravilhosa, porque todo o processo aconteceu de forma bem humanizada. “Como mãe, fiquei apreensiva, mas recebemos todo o cuidado da equipe, foram muito atenciosos e nos orientaram todo o tempo”, diz.

A causa do pé torto congênito ainda é desconhecida, e a maioria dos casos acontecem em países em desenvolvimento. Ao proporcionar o tratamento adequado, o HRJR contribui para reduzir o impacto social e emocional das famílias da região, possibilitando que crianças tenham uma infância ativa e se transformem em adultos sem limitações.

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