ISG desenvolve projeto próprio de desospitalização para unidades
15 de October de 2020
Por Olenka Lasevitch
A desospitalização é uma tendência em hospitais do mundo inteiro. Trata-se de um processo focado na menor permanência possível do paciente no hospital, desde que haja segurança clínica para isso. O procedimento traz inúmeros benefícios para o paciente, familiares, redes de apoio e unidades hospitalares.
Pensando nisso, o ISG está dando início ao seu projeto próprio de desospitalização, que é um dos primeiros em unidades hospitalares públicas no país. Segundo o Assessor Corporativo de Desospitalização, Reabilitação e Fisioterapia, Antonio Duarte, a ideia é criar uma coordenação de desospitalização em todas as unidades gerenciadas e desenvolver uma cultura que possa influenciar no fluxo assistencial com o objetivo de qualidade e segurança na alta com a menor permanência do paciente, sem impacto na qualidade da assistência. O processo será capaz de garantir também que a orientação pós-alta reduza as taxas de retorno ao hospital, permitindo a continuidade do cuidado, que não termina na alta, evitando reinternações ou piora do quadro. ‘A desospitalização reduz o risco da morbidade associada à internação, custos hospitalares e pós-hospitalares e promove a reinserção social do paciente, além de aumentar o giro dos leitos, o que é fundamental em uma unidade pública’.
O projeto piloto já está em andamento e deve ser implantado no início de 2021 no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, RJ. ‘Já temos a coordenadora do projeto na unidade, Adriana Morais, e juntos estamos elaborando um questionário técnico para avaliar o quanto já existe da cultura e compreensão dos funcionários a respeito da desospitalização’, explica Duarte. Todas as áreas assistenciais, administrativas, direção e lideranças devem participar da pesquisa, permitindo o desenvolvimento do diagnóstico situacional. Depois disso, as ações serão desenvolvidas e colocadas em prática de forma personalizada para cada unidade, levando em conta as características de cada uma, como processos, sazonalidade, características dos pacientes, impedimentos para a alta etc.
‘Muito mais do que técnica, essa é uma mudança estrutural’, conta Duarte, lembrando que a desospitalização começa na porta de entrada e inclui diversas áreas assistenciais e administrativas do hospital. ‘Para exemplificar como o projeto vai funcionar, imagine o médico passando para dar a alta às 7 horas, mas o paciente ficando no leito até a família chegar às 15 horas. São pelo menos oito horas de desperdício do leito, que ainda deverá ser higienizado antes de ser ocupado por outro paciente. A desospitalização permitirá a criação de espaços físicos onde o paciente em alta possa aguardar a família com conforto e segurança, enquanto o leito será liberado imediatamente para higienização e colocação de outro paciente. Ideias semelhantes acontecerão em todos os setores, tanto de enfermaria quanto CTI, pois existe um universo enorme de possibilidades que o ISG vai estruturar para melhorar a assistência e a promoção da saúde em um contexto amplo, permitindo altas mais precoces e seguras’.
O projeto de desospitalização do ISG conta com o apoio de diversos gabinetes. O resultado esperado será medido dentro da capacidade de cada unidade de girar o leito e também do paciente não retornar, o que, neste caso, deve seguir a meta internacional de reinternação em 30 dias, que deve estar abaixo de 11%. ‘Se conseguirmos aumentar um leito por dia, ao final de um ano são mais de 300 leitos, mas certamente conseguiremos muito mais, o que vai nos permitir grandes possibilidades em relação à produtividade de cada unidade. No final, todos ganham!’, finaliza Antonio Duarte.
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