Notícia - “Walkability” hospitalar: um novo olhar sobre ambientes de cuidado

Discussão sobre o papel dos hospitais como espaços ativos de promoção da saúde e mobilidade é apresentada por representante do ISG em evento na Bahia

A promoção da saúde e a humanização dos ambientes hospitalares ganham um novo enfoque no evento de cuidado crítico na Bahia, que traz à pauta o conceito de walkability hospitalar — ou caminhabilidade, em tradução direta. A proposta é repensar como a arquitetura e a dinâmica dos hospitais podem favorecer (ou dificultar) o deslocamento físico dos pacientes, profissionais e visitantes. O tema foi apresentado pelo assessor de desospitalização do Instituto Sócrates Guanaes (ISG), durante a sétima edição do Congresso de Terapia Intensiva da Bahia, o Cotiba 2025, promovido pela Amib-BA, entre os dias 15 e 17 de maio.

A iniciativa inovadora da “Caminhabilidade”, promovida pelo ISG em suas unidades hospitalares geridas, reforça o compromisso do Instituto com a educação em saúde e a reflexão crítica sobre os espaços. “Nosso papel vai além da assistência. Queremos provocar gestores de hospitais, de cidades e de ambientes a pensarem no espaço como agente ativo de saúde”, destaca Antônio Duarte, reforçando que a discussão está em sintonia com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que vem alertando para os impactos negativos dos ambientes que desestimulam a mobilidade.

No contexto hospitalar, isso se traduz em estruturas que restringem o movimento dos pacientes, comprometendo sua recuperação e reintegração social. Estudos mostram que a permanência prolongada no leito hospitalar pode levar a perdas funcionais e dificultar o retorno à rotina após a alta.

“A arquitetura hospitalar, tradicionalmente voltada para higiene e logística, precisa incorporar elementos que estimulem a movimentação: corredores com barras de apoio, bancos para descanso, sinalizações que convidem à caminhada e espaços de encontro são algumas das sugestões”, pontua Duarte.

Cidades como Toronto e Stuttgart são referências internacionais nesse debate, com políticas públicas que integram mobilidade ativa e saúde. No Brasil, o ISG também aplica esses princípios para além das paredes hospitalares,  por meio do programa Saúde em Primeiro Lugar, que leva ações de promoção à saúde para a comunidade.

O debate sobre walkability hospitalar propõe um olhar integrado entre saúde, arquitetura e mobilidade urbana, apontando caminhos para ambientes de cuidado mais acolhedores, funcionais e promotores de vida.