A Saúde na semana (3 a 7 de janeiro) – Boletim ISG nº 108
7 de janeiro de 2022
Entre as principais notícias da semana está a percepção dos especialistas quanto ao aumento nas síndromes respiratórias após os festejos de Natal e Reveillon, já que, segundo eles, as festas de fim de ano são um fator de risco para o aumento dos casos de Covid-19 e também de gripe, pois há mais ambientes de aglomeração e viagens de férias. Mesmo sendo a vacinação a principal medida para diminuir a gravidade dos casos de coronavírus, casos de coinfecção por Covid-19 e influenza já foram confirmados em nove estados brasileiros e no Distrito Federal, em um fenômeno que vem sendo chamado de “flurona”, junção das palavras “flu” (gripe, em inglês) e “coronavírus”.
O fato ocorre após o Brasil fechar 2021 com mais de 143,3 milhões de habitantes com vacinação completa contra a Covid-19. Ao todo, 143.356.785 brasileiros tomaram a segunda dose ou a dose única do imunizante contra a doença, o equivalente a 67,2% da população nacional.
Merece destaque na semana, ainda, o anúncio do Ministério da Saúde (MS) de que crianças de 5 a 11 anos receberão a vacina contra a Covid-19 sem a necessidade de apresentação de prescrição médica a partir de 14 de janeiro. Segundo o MS, a imunização começará por menores com comorbidade, deficiência permanente, indígenas e quilombolas. Em seguida, a pasta recomenda que sejam vacinadas crianças que vivem com pessoas do considerado grupo de risco e, na sequência, escalonamento por faixa etária, começando pelos mais velhos. A vacinação não será obrigatória. O IBGE estima que em 2021 havia 20,4 milhões de pessoas de 5 a 11 anos. Como a vacina será aplicada em duas doses, o volume hoje previsto para chegar ao Brasil no primeiro trimestre deve servir para imunizar metade deste público.
De acordo com um estudo dinamarquês publicado na semana passada, a variante Ômicron do coronavírus é melhor em contornar a imunidade das pessoas vacinadas do que a variante Delta, ajudando a explicar por que a nova cepa está se espalhando mais rapidamente. O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Copenhague, sugere que o vírus está se espalhando mais rapidamente porque é melhor para escapar da imunidade obtida a partir de vacinas, mas também descobriu que as pessoas vacinadas com reforço têm menos probabilidade de transmitir o vírus, independentemente da variante, do que as não vacinadas e, embora mais transmissível, a variante Ômicron parece induzir doenças menos graves. Uma série de estudos recentes feitos com animais de laboratório e tecidos humanos está oferecendo a primeira indicação de porquê a variante Ômicron causa sintomas mais leves que versões anteriores do coronavírus, comprovando que a variante tem provocado infecções menos lesivas e muito menos danos aos pulmões. Isso deve explicar o porquê de ao mesmo tempo em que a Ômicron se espalha pelo planeta, infectando facilmente até pessoas já vacinadas, o número de hospitalizações subiu apenas modestamente.
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